Diferença entre maratonistas resistentes e rápidos!
No artigo de hoje vamos falar de um assunto bem interessante, a diferença entre os maratonistas de resistência e os velocistas. Você sabia que é possível identificar a fibra muscular predominante da pessoa?
Através destas fibras você pode afirmar se aquela pessoa pode ser um bom maratonista ou um bom velocista. Quais são esses tipos de fibras musculares? São as fibras de contração rápida e contração lenta, existem também fibras que desempenham ambas as funções.
Qual a importância do tipo de fibra?
Para realizar um planejamento adequado é fundamental que o treinador saiba o todas as características individuais do corredor. Um exemplo bem claro, o corredor mais vitorioso na maratona jamais seria o mais vitorioso das provas de velocidade, justamente pelo tipo de fibras.
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Existem maratonistas rápidos?
A resposta correta é sim. Para detectar isso é necessário propor diversas cargas dentro das diferentes fases do processo do treinamento. Após esta variação é possível determinar em qual dos dois grupos aquele maratonista se encontra.
- Maratonistas Resistentes – São aqueles que contam com aproximadamente 90% de fibras musculares Tipo I. Estas fibras são chamadas de oxidativas.
- Maratonistas Rápidos – São aqueles que contam com aproximadamente 65% de fibras musculares Tipo I, mas possui uma boa porcentagem de fibras Tipo IIa. Estas fibras são chamadas de oxidativas glicolíticas.
Quais as características do maratonista resistente?
São maratonistas que conseguem os melhores resultados nas provas mais longas e são teoricamente lentos em provas de 10 mil metros, por exemplo. A tendência de este grupo escolher corridas longas é justamente quanto à sua capacidade de manter o ritmo por um longo período.
Quais as características do maratonista velocista?
Este grupo conquista os melhores resultados nas provas de 10 a 15 mil metros, justamente pela sua capacidade de manter o ritmo por um bom tempo em uma velocidade mais elevada que os maratonistas resistentes.
Quais as diferenças entre maratonista resistente e velocista?
A primeira diferença é quanto ao ritmo das corridas. O maratonista resistente mantém uma velocidade menor, mas em um percurso maior. Já o maratonista velocista consegue atingir maior velocidade, mas não consegue mantê-la durante um percurso tão grande quanto o resistente.
Outra diferença é quanto ao consumo de oxigênio. Os maratonistas velocistas contam com um elevado consumo máximo de oxigênio, mas acabam usando um baixo percentual desse oxigênio. Já no caso dos maratonistas resistentes acontece exatamente o inverso.
A recuperação pós competições também serve de diferencial entre os grupos. Os maratonistas velocistas são mais propensos a desenvolver lesões se o tempo de recuperação não for o ideal. Este tempo de recuperação é maior do que para os maratonistas resistentes.
Falamos das preferências por provas curtas e longas, agora vamos definir melhor por que. O maratonista resistente não tem aptidão para distâncias curtas, uma vez que o seu sistema lático não é eficiente.
Grande parte desta limitação está na especialização precoce desses maratonistas que começam a correr distâncias longas e participam apenas de meias maratonas em idades precoces.
Já no caso dos maratonistas velocistas, a tendência é começar em provas de 3.000 metros ou até mesmo 1.500 metros. Se estes corredores tiverem um bom treinando, eles tendem a apresentar passadas mais elásticas.
Existe diferença nos treinos de maratonistas resistentes e velocistas?
O tipo de treinamento tem pontos em comum, mas a maior parte é diferente. O maratonista resistente corre a maratona em uma velocidade bem próxima do seu limiar anaeróbio. Sendo assim, o seu treino deve trabalhar para melhorá-lo cada vez mais.
Os maratonistas resistentes devem tentar melhorar também o seu consumo máximo de oxigênio. Neste ponto o treinador é fundamental ao introduzir exercícios que produzam a quantidade ideal de ácido lático.
O treino do maratonista velocista não se preocupa em elevar seu consumo máximo de oxigênio, muito menos a sua velocidade de limiar anaeróbio. Para este grupo, o foco principal é acelerar a eliminação de ácido lático e aumentar a capacidade de utilização de oxigênio pelas fibras Tipo IIa.
Para facilitar seu entendimento, o maratonista resistente deve variar o ritmo de seus treinamentos o máximo possível. Já o maratonista velocista irá trabalhar com 85% a 95% do seu limiar anaeróbio.
Chegamos ao final deste artigo e por se tratar de assunto bem técnico e complexo, tentamos mostrar de uma forma aplicável as características e diferenças de cada um. Vocês certamente perceberam a importância de um acompanhamento especializado para garantir sua segurança e é claro, alcançar o seu objetivo.
Agradecemos sua atenção e convidamos para continuar em nosso site. Existem muitos artigos sobre corrida, tipos de treino, como prevenir lesões, diferenças de locais e clima no dia de treinar, fiquem a vontade pra buscar novas informações e sejam bem vindos!
Sobre o autor
Bruno Almeida é formado em Educação Física pela UFV - Universidade Federal de Viçosa. Foi aluno destaque do instituto e agora compartilha seus conhecimentos no site Saúde Melhor!
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