Como saber se um alimento tem agrotóxico?
Nós todos queremos acreditar que as agências governamentais estão conosco e nosso suprimento de alimentos é corretamente fiscalizado contra agrotóxicos. mas eles não são. Eles não tem eficiência em fiscalização e nem pessoal em quantidades suficientes para todo o Brasil. Em contraste com a abordagem preventiva de proteção à saúde na Europa, a política brasileira tem tratado produtos químicos como inocentes e necessários, podendo levar décadas para chegar a um veredito de culpado. E uma vez que os produtos químicos são regulados um de cada vez, as nossas regras não representam efeitos combinados ou cumulativos.
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Coquetéis químicos de agrotóxicos
São estabelecidos limites para a quantidade máxima de agrotóxicos presentes em cada alimento, mas não há limite para o número de diferentes agrotóxicos que podem estar na sua alimentação, ou a quantidade total de contaminação. Produtos químicos que interagem pode ter efeitos sinérgicos em níveis muito baixos e poucas pesquisas têm sido feitas sobre o impacto de tais “coquetéis químicos” na saúde humana.
Acumulação de de químicos de agrotóxicos
Os pesticidas podem ter um efeito cumulativo tanto no imediato quanto no longo prazo, e cada pessoa acumula e responde aos produtos químicos de uma forma que é bioquimicamente única. Desde o nascimento, estamos a construir uma “carga corporal” química que reflete uma combinação de exposições, resíduos de agrotóxicos em alimentos, produtos químicos em casa e produtos de higiene pessoal e da qualidade do ar e da água em nossas comunidades.
Momento trágico dos químicos nos agrotóxicos
O que acontece com a criança que foi exposta a uma mistura diluída de neurotoxinas e desreguladores endócrinos, ainda no ventre? Ela enfrenta riscos crescentes de transtornos de neurodesenvolvimento, como TDAH e autismo, bem como maiores chances de defeitos de nascimento e uma variedade de cânceres durante a infância e no sistema reprodutivo.
Mas temos boas notícias
A boa notícia é que nós não precisamos de agrotóxicos para cultivar a nossa própria comida, ou para alimentar o mundo. Os agricultores biológicos produziram mais de US$20 bilhões em alimentos livres de agrotóxicos em 2007, e com uma taxa de crescimento anual de 20%, produtos orgânicos são os que mais crescem no setor agrícola. Precisamos de políticas públicas melhores para suportar este tipo de agricultura no Brasil, e para fazer essa comida a preços acessíveis para todos.

Os agrotóxicos são uma ameaça invisível. Dificilmente conseguimos detectar cada um deles, mas podemos filtra ao máximo estes tóxicos de nossas vidas com alguns cuidados. (Foto: tgdaily.com)
Como saber se um alimento tem agrotóxicos?
A questão é complicada. Existem instituições privadas que fazem estudos sobre alimentos e a presença ou não de agrotóxicos neles, analisando inclusive produtos importados. São montados perfis sobre cada tipo de alimento e sobre os tipos de agrotóxicos encontrados em cada um deles, mas ainda carecemos de estudos que acompanhem o acúmulo destes agrotóxicos dentro da cadeia de produção e consumo, seja através de produtos derivados dos alimentos naturais ou na hora que o consumidor come o alimento in natura.
Para entender melhor a presença ou não de agrotóxicos, algumas questões são importantes de serem explicadas.
A vantagem dos orgânicos
Felizmente, análises mostram que dentro de dias após mudar a alimentação das crianças em idade escolar de convencional para uma com frutas e vegetais orgânicos, muitos metabólitos de agrotóxicos tornam-se indetectáveis na urina. A ciência mais rigorosa nos diz que produtos cultivados organicamente são mais nutritivos do que os produtos cultivados convencionalmente. Comer e comprar orgânicos é uma forma importante de proteger a saúde da sua família e apoia à agricultura familiar. Para muitos, é também uma questão de justiça e de sustentabilidade ambiental para as futuras gerações.
Apoiando a vulnerável família agrícola
As famílias e comunidades rurais carregam o fardo mais pesado em relação a sistemas agrícolas dependentes químicos. Biodiversidade, fauna, qualidade da água, e a estabilização do clima também os fazem sofrer consideravelmente. E é um fato da vida que a maioria das pessoas ou não pode pagar, ou não podem ter acesso a alimentos orgânicos tanto quanto os trabalhadores rurais não podem optar por trabalhar apenas em áreas livres de agrotóxicos
Agrotóxicos sistêmicos
Infelizmente, a lavagem dos alimentos (embora importante) é improvável que seja de muita ajuda. Alguns agrotóxicos são absorvidos pelas raízes de uma planta e distribuídos por toda ela, então nenhuma quantidade de lavagem irá removê-los. Esta classe de agrotóxicos tem aumentado nos últimos 15 anos, e agora representa um novo risco para os brasileiros. Cerca de 60% do risco alimentar dos agrotóxicos sistêmicos estão em cultivos domésticos. Incluem-se nesta classe agrotóxicos para plantações geneticamente modificadas.
Mas tenho como saber se meus alimentos tem agrotóxicos?
Até mesmo pequenos agricultores utilizam de alguns agrotóxicos para manterem seus cultivos, de forma a terem maior esperança de concorrer contra grandes empresas que possuem grandes plantações. Porém, o advento dos cultivos orgânicos e as tecnologias de plantio hidropônico favorecem um cenário com menor presença de agrotóxicos. Mas há um preço a se pagar por isso, já que alimentos com o selo “orgânico” ou “hidropônico” são mais caros. Mesmo assim, para garantir a ausência de qualquer produto químico, seria necessário levar o alimento a um laboratório.
A melhor forma de evitar mesmo os agrotóxicos é ter uma horta caseira. Caso isso não seja possível, a segunda solução é procurar por produtos hidropônicos e rotulados com o selo de orgânico, sejam estes in natura ou já processados, bem como feiras de agricultores locais. A tendência é que com o tempo, a fiscalização endureça e mais produtos orgânicos surjam. Mas até lá, tome muito cuidado e seja bem precavido quanto aos alimentos que você compra.
Como você procura evitar os agrotóxicos?
Sobre o autor
André fez parte de uma das primeiras equipes de Parkour no Brasil. Desde então, atuou junto de educadores físicos, nutricionistas, fisioterapeutas e profissionais da saúde para aperfeiçoar seus conhecimentos. Desde 2012, escreve dicas de saúde e exercícios físicos que aprendeu e continua aprendendo. Em 2019 tornou-se instrutor de Muay Thai e Kickboxing, compartilhando com seus alunos para ensinar tudo que aprendeu.
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